O executivo do grupo “Observador” delineou objetivos e fez apreciações sobre o produto radiofónico na plataforma
Sapo ECO. Em termos de produto fez considerações pertinentes, ao nível técnico proferiu ideias/considerações imprecisas ou que deixam qualquer um perplexo. É suposto que um executivo disponha de informação devidamente tratada, estudos/comparações de/com países congéneres e projeções fidedignas que sirvam de suporte à tomada de decisão:
“Um dia, a esmagadora maioria das pessoas ouvirá rádio no telemóvel, no digital, e o FM já não será tão relevante. Mas, neste momento, ainda é“, acrescenta. Assim, avança, “continuaremos à procura de novas oportunidades”.
- Rádio pressupõe a emissão em ondas hertzianas dedicadas. Um serviço de Internet não é rádio, é streaming. Uma emissão de streaming não tem a visibilidade da rádio;
- O serviço streaming é algo de desmaterializado na Internet. Assim, os utilizadores podem preferir ouvir as BBC R1, BBC R2, BBC R3, BBC R4, BBC R5 e BBC R6, são as melhores rádios da Europa, ou outras, em detrimento das emissões portuguesas. Está tudo ao mesmo nível;
- Em caso de ciberataque, como aconteceu com a Vodafone, ou falha de sistemas, como aconteceu hoje com a MicroSoft, que originem a um apagão da Internet e serviços de telecomunicações, voltamos à Idade Média, sem nenhuma forma de comunicação síncrona com as populações (nada funciona). As autoridades não têm forma de fazer chegar informações/orientações quando a rádio acabar, não há nenhum outro sistema redundante;
- Em caso de catástrofe natural ou de outra índole que provoque a falha dos sistemas (apagão geral), como se faz para comunicar com as populações? É que o streaming não é rádio e depende desses sistemas.
- Ninguém se lembrou de perguntar porque motivo a esmagadora maioria dos países europeus está a investir e a apostar no DAB+? São todos loucos? Isto do “orgulhosamente sós” faz lembrar outros tempos, ou seja, fechamento e incapacidade de adaptação.
- Há planos para Marrocos aderir ao DAB+? Em caso afirmativo, seremos o único país nesta área geográfica sem acesso a este sistema dedicado de difusão, de tão deslumbrado que está com a Internet.
- É falso que Caldas da Rainha ou Peniche, por exemplo, apenas tenham acesso agora à rádio Observador. Isso já acontece há 1 ano e com sinal de bom a máximo.
Balanço provisório e possível de 94.0 Observador à data de hoje, em que está a emitir sem RDS (não é assim tão fantástico como menciona o CEO):
- Cobertura idêntica aos 93.0 M80;
- Atenuação significativa de sinal entre Fátima e Minde, que resulta em ruídos e falhas pontuais;
- Qualidade de sinal nula em Coimbra, apenas vestígios;
- Sinal forte/máximo, de forma contínua, de Soure para sul;
- A autoestrada A13, alternativa à A1, vai deixar de ter portagens a partir de janeiro de 2025. Atualmente, com redução de 60% de custos em portagens, o trânsito está a aumentar significativamente, portanto, a partir de janeiro é de supor que o tráfego aumente ainda mais. Como se ouve a Observador, agora com os 94.0? Até Penela, concelho mais a sul no distrito de Coimbra, a partir daí o ruído começa a ser ensurdecedor, portanto, inaudível.
Não se compreende que uma estratégia de expansão não contemple Coimbra, que tem público-alvo em número relevante para esta estação e este tipo de produto. Porventura, não estarão interessados em maximizar audiências?