Aprovada a reversão da quota mínima de música portuguesa nas emissoras nacionais para 30% por projetos de lei do BE, PCP e PAN (e com uma frase curiosa da Joana Mortágua).
https://sicnoticias.pt/cultura/2023-05-05-Aprovada-nova-quota-minima-de-musica-portuguesa-nas-radios-nacionais-3354b1ee
Vi o reels partilhado pela Gilvaz, ela até foi mais longe, afirmando que o Salvador Sobral é um produto de uma rádio, que por acaso é pública e não privada. Eu sou frontalmente contra quotas, opinião impopular, até no serviço público. Não obstante reconheça que nos faz falta uma DIAL no éter, mas não é o tipo de produto que deva ser promovido pelo serviço público. Seria um bom uso para as decrépitas frequências de Rádios 5, Estádios, Sudoestes, etc.
Agora, não é com quotas que a coisa vai lá. Nem a Antena 3 as deveria ter, a única estação em que eventualmente poderia concordar é na Antena 1 Sejamos sinceros, imaginam a RFM ou a Comercial a deixarem de passar música portuguesa? Eu não, seria um rombo brutal nas audiências. A prova é que Mega e Cidade estão isentas, e passam, convidam artistas. Isto é, mais uma vez, o Estado a meter o dedo onde não é chamado.
Querem quotas? Façam-nas para o tempo de palavra, para o que é esperado de uma generalista (orelhas a arder para a Antena 1, RR e M80), dêem condições para que ou a TSF ou a Observador tenham uma rede nacional, pois é vergonhoso que existam pontos no país sem uma rádio de informação. Puxem as orelhas ao Dom Américo, ao Dr. Nicolau Santos, ao Dr. Domingos Andrade, ao Dr. Mário Ferreira e façam-nos arrepiar caminho. Isso sim, era um bom serviço da Assembleia da República ao meio, mas não interessa. Quanto mais música o povo ouvir, melhor! E deixem as musicais em paz, que estão a fazer bem o seu trabalho, e por isso têm a audiência que têm. Justiça seja feita, neste ponto bem quem votou contra, PS e PSD que têm maioria de 2/3, que permite alterar/revogar Leis de valor Reforçado (algumas Leis de Bases como a LEO) e alterar a CRP, saem muito mal desta fotografia, ao deixarem o meio nas mãos da extrema-esquerda.
Ah, não faltou na intervenção da Mortágua, mesmo no final, o "necessário apoio às rádios locais" para passarem música portuguesa e fazerem face aos grandes grupos. A música muda, mas a cassete é a mesma.
Desculpem a politica, mas casos há em que não há hipótese, a beleza do meio também é muito isto: tantas as ciências e saberes que o fazem.