O programa “Manhãs 360” conta com um radialista que transitou das tardes, Bruno Vieira Amaral. Um horário que vale a pena conferir, trata-se de um bom programa de rádio. Uma das vozes neste horário é de Maria João Simões, talvez alguns ainda se lembrem das manhãs da RFM de há 20 anos, na minha perspetiva, conjuntamente com Sofia Morais, da “SmoothFM”, é uma das melhores voz femininas da rádio. Bastante agradável de se ouvir.
Nos 92.6 OBSRVDOR podem ouvir-se dramatizações radiofónicas, baseadas em factos históricos, que fazem lembrar as dramatizações da “BBC Radio 4”. Durante este período vai ser exibida a série “Um Rei na boca do inferno (Cascais)”, trata de uma conspiração nazi para raptar o Rei Inglês que abdicou do trono. Ingredientes para chamar a atenção, não faltam.
---/|| PAUSA - Panorama da rádio portuguesa no final da tarde de um mês de agosto/---
Bem “AG”, há largos meses fez um bandscan na estação de comboios aqui em Santarém. Na altura, referi que também iria efetuar uma análise das frequências FM para comparação, desta feita, no planalto. Hoje numa ida ao Continente, fiz uma paragem para realizar essa verificação, no entanto, apenas vou publicar o vídeo que vai ficar disponível até à próxima segunda, 5 de agosto. Não vou criar uma lista das captações, uma vez que deteto sinais do Porto, Viseu, Castelo Brando, de muitas estações que não conheço, pelo que a estruturação dessa lista implicaria o dispêndio de demasiado tempo em pesquisas e de novas verificações no local.
ENQUADRAMENTO
DATA DA ANÁLISE DE FREQUÊNCIAS: 1 de agosto
LOCAL: Santarém nordeste (limite urbano)
OROGRAFIA/EDIFICIOS ATENUAM SINAIS: Sim. Lisboa, Montejunto, Oeste e Sul.
OROGRAFIA/EDIFICIOS BENEFICIAM PROPAGAÇÃO DE SINAIS: Sim. Lousã, centro do país, parte do Alentejo e norte.
OBS: Noutros locais da cidade, os resultados são completamente diferentes.
VÍDEO DO RASTREIO DE FREQUÊNCIAS: https://youtu.be/6J0nIKMQpr8 (até 5 de agosto)
Evidentemente, a Rádio Observador oferece um produto diferenciado no panorama radiofónico português. Merece o crescimento proporcionado por uma rede nacional? Evidentemente que sim, mas com isso advém também o aumento da responsabilidade de sair para lá de Alvalade, e ter redação, pelo menos a Norte e um correspondente, pelo menos, em cada capital de distrito. Tem de conseguir cobrir os grandes eventos internacionais em direto, evidentemente. Se há dinheiro para isso? Infelizmente não. No bandscan que publicou, que beneficia, obviamente do efeito da propagação, já tirei as minhas notas para o ajudar a listar,.mas sobresaiu-me os 90.1 da RNE1 de Vigo, não só por ter chegado tão longe, mas também porque foi a única estação no espectro que estava a acompanhar os Jogos Olímpicos. Pois é, nenhuma rádio portuguesa está a relatar provas em direto. Isso é uma falha, a meu ver grave. A Observador, com um orçamento mais robusto, podia e devia ser a verdadeira rádio de palavra em Portugal. Ainda tem muito que crescer, mas já vai fazendo coisas muito boas, como a emissão em Idanha-a-Nova, que se notou ser muito bem preparada, com os jornalistas a demonstrarem dominar a realidade do território e a confrontarem, quando necessário, os cantos de sereia dos caciques. Deram espaço a quem defende o interior, e a bons exemplos de migração de Lisboa para Idanha, dando tempo para falar ainda sobre os perigos de um Turismo de massas que esfarrape o genuíno interior português.
O país para crescer em conhecimento e em diversidade de opiniões não precisa de um rádio como essa, que redunda grande parte da sua emissão nas 4 paredes do estúdio de Lisboa. O que precisamos é de reduzir as assimetrias entre o litoral e o interior, entre as grandes áreas metropolitanas e os concelhos fora desses eixos. De que serve haver um Ministério da Coesão Territorial, quando os reguladores e decisores estão se a lixar para isso e são permissivos quanto à canibalização das rádios locais/regionais? Não se trata de uma "pancada" ou de "arranjar vida própria", trata-se de haver coerência nas decisões tomadas. Basta olhar para as maiores potências da Europa (Espanha, Itália, Alemanha, etc) e as suas regiões (autónomas) e as consequentes decisões baseadas na defesa de uma sociedade que valoriza os seus valores culturais, entre outros.
Está completamente correto na sua análise, o problema é apenas um, e que influi nesta discussão toda que aqui temos, e também em outros tópicos: não há regionalização e autonomia político-administrativa (a das CCDR's é fantasiosa) em Portugal. E, enquanto isso não acontecer, não vale a pena sonharmos com grandes redações fora de Lisboa e de mini-redações no Porto. O pais não tem vida económica, política e social que permita a um projeto que não seja muoto leve ou uma mera jukebox subsistir. A menos que sejam as notícias de faca e alguidar da CMTV, que noticias há que justifiquem uma redação permanente, em grande parte do restante país? Mais voz a caciques? Passo. Correspondentes têm de existir, obviamente. O problema não é da Observador, nem das rádios, nem das empresas, nem das autarquias. O problema é não existir regionalização. Mas diga-se que, mesmo em Espanha onde ela existe e é real, essa ideia fantasiosa que as locais têm emissão própria... vejam os 105.1 de Tui da SER+ e vejam quanto tempo desdobra dos 100.6 de Vigo que transmite a emissão nacional de Madrid. Só em publicidade? Por cá, nas regiões autónomas temos o absurdo de desdobrar à conta da Antena 1 e Antenas 3 nacionais, que perdem as respetivas emissões, o que também é absurdo.
Mas há uma diferença nas génese, não só temporal e conjuntural entre a Rádio Observador e a TSF. A TSF foi feita por gente da rádio (independentemente do inevitável fim de cooperativa) e isso sente-se ainda hoje.
Mas olha que a Observador também está a ser, nesse capítulo, uma espécie de TSF dos anos 80. Vê a quantidade de malta nova talentossísima que a Observador tem lançado no Mercado. Não tenhamos duvidas, muitos deles serão o futuro da rádio em Portugal. Infelizmente, pagam mal, não conseguem reter talento. Uns perdem para a TV, outros para áreas que nem sequer são da Comunicação Social, como foi o caso da Catarina Ortigão Delgado, que veio da Cidade FM para a Rádio Observador, e que agora está fora do meio, o que é uma pena.
Lá está o Zeca a dar-lhe com a Jornal FM, um produto paupérrimo, com som miserável há décadas, continuamente a dar música má. Incrível.
Lol. A Jornal FM levou um banho de gozo da equipa das manhãs da Comercial na edição especial do Marés, com o Pedro Ribeiro a dizer ao Vasco para, por caridade, ir lá aquela rádio fazer um spotzinho com som e criatividade em condições para "O Gordo da Fruta" de Baguim do Monte, que confirmei que publicita na Jornal. Isto depois de terem dito que fizeram a viagem Lxb-Prt sempre ao som de ótimas locais, excetuando... aquela. O nome mais indicado era Classificados FM, uma rádio que passa duas músicas e de seguida 15 de publicidade, tem uma relevância brutal.